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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Águas Servidas: Reúso

As águas servidas podem ser classificadas como águas cinzas e águas negras, diferenciando-se por sua composição. Geralmente são provenientes de lavatórios de banheiro, chuveiros e banheiras e são ricas em sabões dissolvidos. As águas negras, por sua vez, são provenientes de pias de cozinha e vasos sanitários, ricas em matéria orgânica e bactérias e gorduras.
No Brasil, as campanhas de reuso de águas geralmente abordam a questão do desperdício, já que o país é abundante em água potável. O reuso consiste no reaproveitamento das águas para outras atividades a fim de reduzir o consumo de água potável, diminuindo também o volume que é lançado nas redes de esgoto.
para reuso em residências são mais indicadas as águas cinzas, devido a seus índices menores índices de matéria orgânica e bactérias. Com o lançamento apenas de águas negras na rede de esgoto, o volume total a ser tratado é menor, utilizando conseqüentemente, menor quantidade de energia.
A água reutilizada pode ser usada na irrigação de jardins, vaso sanitário ou lavagens de pátios e pisos. Para o reuso, requer tratamentos diferentes, como filtragens e esterilização, devendo tomar o cuidado para não usá-las em áreas em que haja contato direto com seres humanos, deixando para usar preferencialmente em garagens, áreas de acesso de automóveis, etc.
Para se fazer o reuso de águas cinzas, deve-se primeiramente separar a rede de esgoto entre águas cinzas e negras, conduzindo a tubulação de águas cinzas a um sistema de tratamento que deve conter as seguintes etapas:
1- Retenção de sólidos
2- Retenção de óleos e gorduras
3- Retirada de matéria orgânica por reação aeróbica
4- Retirada de lodo orgânico por decantação
5- Filtragem com areia
6- Filtragem em filtro de carvão ativado
A água tratada pode ser utilizada na irrigação de jardins por meios subterrâneos ou gotejamento, ou micro aspersão, de modo que não haja contato humano com a água.
O Brasil ainda é carente de normas relacionadas ao reuso de águas servidas, porém, alguns parâmetros da NBR 13969 são usados para instalação de sistemas de tratamento.

ÁGUAS SERVIDAS COMO FONTE DE ENERGIA E MATÉRIA-PRIMA

As águas servidas são vistas, normalmente, como algo desagradável e perigoso cujo destino é único, o esgoto, mas ela podes ser uma fonte de matéria-prima valiosa e de energia capaz de beneficiar principalmente os países pobres.
Nas últimas décadas, as tecnologias de tratamento desse tipo de água, com intuito de remover componentes que causam danos à saúde vêm se tornando cada vez mais eficientes. O pesquisador Jules van Lier da universidade holandesa de Delft diz que com exames aprofundados é fácil perceber a riquesa de matérias-primas contidas na água a partir de atividades econômicas ou domésticas.
Segundo o pesquisador uma forma de tratar o esgoto é a partir de plantas e que elas podem se transformar no tipo de reprocessamento com a finalidade de produzir água adequada para o reúso tornando possível através dessas plantas a recuperação de fertizantes e a conversão da poluição orgânica em energia.
As plantas industriais para o tratamento de esgotos poderiam atuar na chamada ferti-irrigação da agricultura em área secas, irrigando e fertilizando as plantações dando assim, um destino mais adequado para as águas servidas que contém dissolvidos nas mesmas muitos nutrientes. Essas áreas agrícolas também funcionariam como um filtro para purificar a água na hora dda sua reinserção no meio ambiente.
Ainda há um longo caminho até que as águas servidas sejam totalmente recicladas, para isso é preciso começar a atuação pelas cidades menos desenvolvidas evitando que elas adotem o método tradicional de descarte das águas servidas, em vez disso a própria cidade e os cinturões verdes do seu entorno pode criar sistemas de reciclagem das águas servidas.


Referências para a produção desta pesquisa:
http://www.cprata.com.br/ecofossa.html#
http://www.watercasa.org/pubs/Graywater%20Guidelines.pdf
http://www.casaautonoma.com.br/aguascinzas/index.php?option=com_content&view=article&id=49&Itemid=63
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=aguas-servidas-fonte-importante-energia-materias-primas

terça-feira, 14 de junho de 2011

Conservação de alvenaria aparente

A alvenaria aparente, necessita de um cuidado especial em sua conservação, já que, por não possuírem argamassas ou revestimento para protegê-las, estarão mais vulneráveis às ações do tempo e às condições do ambiente.

Geralmente, as patologias ocorrem devido a um alto teor de umidade no ambiente. A água penetra nos poros da alvenaria, gerando o surgimento de manchas, fungos e deteriorando pinturas e revestimentos. Geralmente ocorrem com maior freqüência em paredes externas, onde os ventos exercem pressões facilitando a entrada de água no interior do edifício por capilaridade.

Para alvenarias em tijolo maciço, foram pesquisadas duas soluções:

1 – Hidrofugante

O hidrofugante não altera a aparência do material a que será aplicado. Possui boa penetração e ótima resistência às intempéries e fácil manutenção, geralmente, a cada cinco anos.

Para aplicação, é recomendado que a superfície esteja seca ou úmida. Outra característica importante é que o hidrofugante é permeável a vapores.

2 – Verniz acrílico

O verniz altera a aparência da superfície em que será aplicado, conferindo à mesma um acabamento brilhante e um leve escurecimento. Possui boa durabilidade, e resistência às intempéries, devendo ser aplicado novamente a cerca de três anos depois da ultima aplicação, em superfície limpa e seca. Possui baixa permeabilidade a vapores.

Referências para a produção deste texto:
Tratamento de fachadas de concreto e alvenaria aparente. Documento em PDF, 2006

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Tecelagem em São João Del Rei

A tecelagem que antes só oferecia uma pequena quantidade de tecidos de algodão e de lã, confeccionadas em velhos teares de madeiras, se desenvolveu, mais tarde, no trabalho das máquinas mais modernas que haviam.

A Fiação e Tecelagem Sanjoanense* S/A, com aproximadamente 42.000 metros quadrados de área, chegou a ter 500 operários em seu maior grau de desenvolvimento, quando fiava algodão e trabalhava na tecelagem de cobertores e flanelas.


A "Fiação Dom Bosco", tinha como presidente o Sr. César Golçalves, possuía aproximadamente 200 operários, especializou-se na fabricação de fios finos. Hoje a edificação que abrigou a fábrica, é uma dependência do IPTAN (Instituto Presidente Tancredo Neves).



A Fiação e Tecelagem João Lombardi** S.A. resultou na junção da "Fábrica de Tecidos Brasil" e a "Fiação e Tecelagem Matozinhos S.A.


Outras indústrias que se tornaram parte da história de São João Del Rei

Estamparia e Litografia São João Del Rei, Artes Gráficas

Cotonifício Chagas Dória


*Para maiores informações sobre a Fábrica Sanjoanense, visite: http://construindoarquitetura.blogspot.com/2010/11/proposta-para-projeto-3.html
**A Fiação e Tecelagem João Lombardi será estudada posteriormente de maneira mais detalhada.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Bairro Fábricas

O bairro Fábricas, na cidade de São João Del Rei situa-se na área exterior ao entorno histórico da cidade. Seu desenvolvimento se deu no final do século XIX, com o prolongamento da estrada de ferro Oeste de Minas, quando as primeiras indústrias começaram a se instalar na região. A partir disso, foram construídas casas para alugar aos operários, além do estabelecimento de um cemitério, formando a grande avenida, onde passava a estrada de ferro, denominada hoje, Leite de Castro.
No início do século XX, a fundação do albergue Santo Antônio e a fundação de outras fabricas de tecelagem, contribuíram para o crescimento da avenida. Começaram a surgir também escolas e colégios, contribuindo ainda mais para o crescimento do bairro.

Referências para a produção deste texto: http://www.saojoaodelreistransparente.com.br/

Evolução Urbana de São João Del Rei

“Compreender este processo de formação da vila de São João Del-Rei é um instrumento fundamental para se poder intervir nos espaços urbanos na atualidade.” (Plano para o desenvolvimento turístico de São João Del Rei)

O arraial Nossa Senhora do Pilar, posterior vila de São João Del-Rei, surgiu na região onde o ouro era mais abundante. Nesse local, começou a ser formado um espaço urbano, em conjunto com os núcleos de mineração. Os caminhos mais usados e a topografia local deram início à formação de ruas.
Já nos séculos XVIII e XIX, a vila mostrava uma distribuição organizada em alguns aspectos, o que nos mostra a preocupação da coroa em buscar organização e conforto nas ruas principais da pequena vila. Os lotes eram estreitos e fundos e, quando a quadra era muito longa, era comum a existência de becos que permitiam a passagem de pedestres e também o escoamento das águas.
Nessa época, a vila de São João Del-Rei passava por momentos de organização. Sua ocupação era regida por leis e editais, que definiam as maneiras de apropriação do espaço. Havia orientações para a abertura de ruas regulares e mais largas, porém, a topografia local impedia que a legislação fosse totalmente cumprida. Até então, a preocupação maior era com a disposição das ruas e áreas públicas. O cuidado com a testada do lote era obrigatório. Dessa maneira, as áreas públicas da futura cidade, ficavam apresentáveis aos transeuntes.
No fim do século XX, ocorre uma mudança na estrutura econômica, modificando também os hábitos e, conseqüentemente, a arquitetura da cidade. Com a construção das estradas de ferro, São João Del-Rei sofre um grande impulso comercial. As moradias passam a ter melhor acabamento, ganhando água encanada e esgotamento sanitário, iluminação pública e fechamento ou alargamento dos becos, o que gera grande melhoria na qualidade de vida, dos moradores. Porém, mesmo diante desses acontecimentos, a cidade conservou os caminhos anteriores que deram origem à vila de São João Del-Rei.
Em muitas cidades brasileiras o planejamento urbano se deu pela destruição e reconstrução de novos centros, o que não ocorreu em São João Del-Rei devido ao tombamento do centro histórico. Ainda assim, acontece na cidade um certo descaso com a arquitetura do início do século XX, que não era vista como a representação de uma época ou resultado de desenvolvimento econômico. Dessa forma, a maioria dessas construções foi substituída por edifícios ditos modernistas.
Com o passar dos tempos, o comércio buscou áreas mais planas, se instalando na atual avenida Tancredo Neves, onde permanece em grande parte, até os dias de hoje.

Referências para a produção deste texto: Plano para o desenvolvimento de turístico de São João Del Rei, São João Del Rei – Formação Urbana p17-26