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quarta-feira, 14 de março de 2012

Arquitetura Ferroviária

DIMENSÃO HISTÓRICA DA FERROVIA EM SÃO JOÃO DEL REI

Na cidade de São João Del Rei, o trem de ferro é parte integrante do contexto histórico e do desenvolvimento econômico da região: O ciclo do Ouro incentivou a instalação de pequenos comércios na região, onde mais tarde, foi construída a estrada de ferro, impulsionando ainda mais o comercio na região, e a instalação de grandes fábricas.

A construção da Estrada de Ferro Oeste de Minas, com iniciativa dos grupos econômicos da cidade, ampliou e facilitou a comunicação entre a região do Campo das Vertentes e o Rio de Janeiro. O que facilitava o escoamento de mercadorias e a chegada de matéria-prima para as fábricas instaladas na região.

A ferrovia também interferiu no traçado urbano da cidade: nota-se a ocupação urbana ordenada paralelamente à linha férrea. Isso pode ser visto de forma nítida na atual Avenida Leite de Castro, onde passava pelo canteiro central da avenida, o ramal do sertão, que ligava São João Del Rei à Divinópolis. E também na direção do bairro Matozinhos que, na época, ainda era arraial.

Até hoje, percebe-se um grande desenvolvimento do bairro, que adquiriu ainda mais importância com a inauguração da Estação Chagas Dória, em 1908.

A construção das estradas de ferro também trouxa à cidade melhorias com relação à infra-estrutura urbana: as moradias passam a ter melhor acabamento, ganhando água encanada e esgotamento sanitário, iluminação pública e fechamento ou alargamento dos becos, o que gera grande melhoria na qualidade de vida dos moradores.


O URBANISMO E ESPAÇO PÚBLICO

O urbanismo é um elemento social em constante mudança, que aceitanda a cada momento, justaposição de culturas ou convivência simultânea das mesmas em um único ambiente. O espaço público é esse ambiente, em que se encontram várias pessoas, raças, e culturas. É a junção do material, espaço urbano e seus elementos, com o imaterial, cultura e crenças.

Para um bom funcionamento do espaço urbano, o ideal é que as intervenções nele sejam brandas, proporcionando aos próprios usuários do espaço, a possibilidade de criar caminhos e rotas que liguem esses espaços, ativando a circulação urbana.

As praças e áreas de convivência, muitas vezes deixam a desejar por não serem espaços convidativos à permanência do usuário. O descuido, lixo, desorganização e até mesmo a temperatura e insolação fazem com que o local se torne pouco freqüentado e sem vida. Para tornar esses ambientes convidativos, é necessário um estudo da área levando em consideração o perfil de seus usuários, seus hábitos e cultura, além de outras questões como o conforto ambiental, carências e demandas da área.

O melhor espaço público é aquele que oferece diversas opções de uso, sendo assim, um espaço flexível capaz de mudar com o tempo se adaptando às demandas a que é submetido, atendendo não somente a necessidades individuais, mas coletivas.

PAISAGISMO URBANO

O paisagismo em áreas urbanas tem como finalidade principal recuperar o contato do usuário com a natureza, proporcionando descanso, tranqüilidade e harmonia. Assim como todo projeto, o paisagismo possui a parte física, lugares e caminhos, e também a parte simbólica, os significados e valores que fazem parte da história e cultura do lugar e de seus habitantes. O que pode ser chamado de “alma” do projeto.

Antes de tudo, um bom projeto paisagístico deve atender as necessidades dos usuários locais. Por isso, é importante dentro do projeto, a definição de bons lugares, para que todos sintam-se a vontade com o projeto paisagístico. Para isso, é interessante conhecer as caracteríticas gerais dos estratos verdes, e os efeitos e sensações que eles causam na paisagem e nos usuários.

Os principais tipo de estratos verdes são árvores, arbustos e herbáceas. Estes, podem assumir diferentes funções, como:

Plano de piso: Grama, plantas rasteiras e herbáceas, que geralmente possuem pouca altura, formando um tapete no chão.

Plano de parede: Arbustos e cerca viva, que funcionam como muros vegetais, bloqueiam vistas indesejáveis, alem de criar intimidade e aconchego nos jardins.

Plano de teto: As árvores, com suas copas, propiciam sombra e repouso, podendo também dialogar com volumes edificados, fazendo com que as ruas se ampliem ou tornem mais acolhedoras.

As árvores se subdividem em dois tipos: Podem ser de copa frontal ou horizontal. Árvores de copa horizontal, quando plantadas próximas a residências, formam uma espécie de transição entre o meio externo e interno. Podem também servir como quebra-sol para as paredes e janelas voltadas ao oeste, quando recebem insolação do período da tarde. No ambiente urbano, humanizam a escala dos lugares e ruas.

As árvores de copa vertical não proporcionam abrigo. Porém, podem ser importantes para a formação de um ponto focal, servindo como referência na paisagem. Quando plantadas em fileiras, barram os ventos e formam muros vegetais, escondendo vistas desagradáveis. No meio urbano, ajudam a diluir a massa dos edifícios.

É por meio dos vazios urbanos que se conhece a qualidade de uma cidade. A árvore tem no meio urbano o papel de harmonizar e regular a paisagem, afastando a impressão de caos, marcada pelas construções civis. É a partir de sua organização que se obtém resultados agradáveis para o observador.

O paisagismo pode ser usado também para destacar marcos arquitetônicos, caminhos, ou algum elemento urbano. É importante lembrar também seu significado social: aumentar a interação entre os grupos culturais, fazendo da cidade um local de interação e socialização.