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terça-feira, 29 de março de 2011

Antigo X Contemporâneo

Casa Bandeirista




A casa bandeirista é um exemplo interessante de intervenção no patrimônio. Localizada na Fazenda São José do Manso, em Ouro Preto, mostra a influência paulista, trazida para o interior mineiro. Foi Construída no século XVIII, entre os anos de 1706 e 1708, com a finalidade de fiscalizar as minas de ouro e cobrar o quinto. Em 1932 foi adquirida por um grande produtor de chá, que exportava o produto para a alemanha. Em 1948, o imóvel foi tombado pelo IEPHA - MG, quando passou pela primeira reforma.


Após essa data, sofreu diversas modificações de uso e foi restaurada no ano de 1998 pelos arquitetos Carlos Alberto Maciel, Danilo Matoso, Flávio Carsalade e Paulo Lopes.




A última intervenção valeu-se de elementos contemporâneos como aço e vidro, usados no interior da casa. Foi criada uma estrutura de aço independente das paredes antigas. O vidro é usado como divisória no interior da edificação, que hoje se tornou um museu da história do local e abriga objetos utilizados anteriormente.


Do lado de fora, a aparência foi mantida, gerando grande contraste entre interior e exterior, antigo e contemporâneo, o que valoriza o local e atrai a atenção dos visitantes.





*Fotos retiradas dos sites: ouropreto.org.br, viagensgeraes.com.br, panoramio.com

quarta-feira, 23 de março de 2011

Uso da madeira na Arquitetura

Só o tempo não degrada a madeira, sua degradação ocorre devido a agentes químicos e biológicos, mecânicos a que a madeira é exposta durante sua vida útil.
Chuva e luz do sol provocam na madeira efeitos apenas estéticos, caracterizados pela cor acinzentada, nos dando a impressão que a madeira é velha.
A umidade potencializa o risco de degradação da madeira, por alguns agentes biológicos, que só atacam a madeira quando o nível de umidade está alto, podendo ser atacadas por fungos ou térmitas, que se alimentam do material.
Com o aumento da umidade, a dimensão das peças de madeira varia, provocando perdas de resistência mecânica. Além disso, podem aparecer rachaduras ou empenos.
Outro problema na conservação da madeira são as condições de carga que ela é submetida: os esforços muito altos, com valores próximos ao ponto de ruptura podem provocar danos internos, também reduzindo sua capacidade de carga.
Para a conservação, são necessárias observações sobre as condições do ambiente em que a madeira está. Alem de ações corretivas ou preventivas como:
• Secagem da madeira, baixando seu teor de umidade para menos de 20%
• Limpeza
• Aplicação de inseticida e/ou fungicida
Alem disso, a escolha da madeira mais adequada para uso, de acordo com as características do edifício e da própria madeira.
A madeira usada no projeto será a madeira Paraju, conhecida também como maçaranduba, indicada para estruturas de telhado, vigas por sua alta resistência mecânica além de grande resistência ao apodrecimento. Na fachada, será usada madeira de Ipê, devido à sua boa resistência à umidade, já que as fachadas de madeira estarão expostas à ação das chuvas.
Nas peças do telhado, a madeira está em ótimas condições de conservação: sem contato com o solo, cobertas e secas, seu teor de umidade é inferior a 20%.
No caso da madeira do Ipê, ainda sem contato com o solo, porém em um ambiente sem cobertura, as taxas de umidade podem ser freqüentemente, superiores a 20% (principalmente em dias chuvosos).
Em todas as peças, serão aplicados fungicidas e inseticidas, além de um verniz copal, que garante sua proteção e conservação do aspecto e cor natural, além de ser um material impermeável, garantido menor variação das taxas de umidade na madeira, principalmente na madeira das fachadas , que estará mais exposta às ações do tempo.

Referências para a produção do texto acima:
http://www.buritimadeiras.com.br/index.php?pg=produtos&categ=basic_pintura
http://www.fibrolar.com.br/d_macaranduba.shtml

CRUZ, Helena. Patologia, avaliação e conservação de estruturas de madeira. Documento em PDF

A restauração como disciplina

O patrimônio é classificado assim quando trás para a sociedade algum benefício. Geralmente, possui um valor histórico e cultural, carregado de significados importantes para a maioria da sociedade.
Muitos bens ajudam a população a entender melhor as tradições e culturas de uma sociedade, podendo servir ainda como meio de conhecimento cultural e científico da história, sendo considerado um ponto de partida para o entendimento e desenvolvimento social.
A preocupação com a questão da conservação é antiga. Em 1820 já haviam disciplinas relacionadas a isso. Para se estudar o assunto, eram necessários vários conhecimentos técnicos e científicos, além de uma noção do contexto em que o elemento está inserido.
Para conservar ou intervir em um elemento tombado pelo patrimônio histórico é necessária uma postura de intervenção que geralmente leva em conta as principais correntes da restauração: a intervencionista, em que qualquer reforma no objeto deve ser clara e evidente, ou a antiintervencionista, em que a única coisa a ser feita é conservar o objeto para não precisar restaurá-lo.
A elaboração do projeto terá características intervencionistas, com a intenção de diferenciar bem o que é contemporâneo da obra existente. Dessa forma, a intervenção será clara evitando cópias ou confusões sobre o que existia e o que foi feito atualmente.
A postura e opinião formada por cada cidadão irá depender de sua formação e cultura. Hoje, a questão do patrimônio é, para muitos, insignificante. Muitas vezes, o descaso com o patrimônio é proveniente da falta de conhecimento sobre o mesmo e da importância que possui para a humanidade. É ideal a conscientização de toda a sociedade, a começar pelas crianças e jovens, para que cresçam levando em consideração a importância do patrimônio, ajudando a preservar e participando das discussões sociais a seu respeito.



Referências:
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade, UNESP, 2006
Item: A restauração como disciplina; p.149-173